11/07/2011 16:37

CAPÍTULO I





INTRODUÇÃO



A posição da mulher em qualquer civilização é o índice principal de progresso social e cultural da mesma.
 Um dos meios de se medir a posição da mulher é o modo como ela tem seu filho. Consequentemente, os avanços e retrocessos da civilização não se vêem tão claramente, em nenhuma outra parte, como na história do parto.
Para as mulheres, gravidez e parto ainda significam nove meses de espera por um único momento de alegria, que é o instante do parto. A gestação é um dos períodos mais felizes da vida do casal. Por que tentar abreviá-lo ? A mulher torna-se mais bonita, mais completa ( a fêmea capaz de gerar ), devendo preparar-se fisicamente e psiquicamente para viver e gozar o nascimento do seu filho.
No entanto, o grande progresso da obstetrícia, nos últimos cinqüenta anos, não conseguiu abreviar o tempo que a mãe natureza leva para fabricar o bebê. Mas reduziu a um mínimo os desconfortos e os perigos do tempo de suas bisavós. Todo problema obstétrico tem solução; cirúrgico ou não. Pode-se dizer que a obstetrícia moderna desenvolve-se sob o signo de uma grande segurança física e emocional.
O grande fantasma das gestantes é saber : O parto dói ? Quando vai tomar anestesia ? Qual anestesia ? Paira no ar a maldição bíblica : “PARIRÁS COM DOR” !
Para grande número de mulheres, a dor significa um obstáculo por excelência, algo que transforma o parto num ato anti-natural.
Isto somente acontece quando a mãe chega ao momento do parto desconhecendo os mecanismos do mesmo, impressionada por mil estórias contadas pelas “amigas”, família, TV, livros e cinema, onde se dá ênfase ao momento solene da expulsão do feto,  o que se representa com suspense de vida ou morte !
Na dualidade de interações entre o psíquico e o orgânico, partindo da premissa que a psique é a etapa mais diferenciada do orgânico, existe naturalmente a possibilidade de interferências recíprocas. Hoje em dia, na medicina, se descobre com mais freqüência as estreitas vinculações que aproximam as doenças físicas do comportamento psicológico do paciente.
É lógico que o ato natural do parto seja susceptível a influências psicológicas, já que representa o ápice da vida psico-sexual da mulher.
O propósito da obstetrícia moderna é dar um grande valor à parturiente e sua participação ativa em todo mecanismo do parto, o que é de grande importância na profilaxia eficaz das dores, e tornam o parto um motivo de satisfação.
Sabemos da ação nefasta que tem a apreensão e o medo no trabalho de parto, isto porque à gestantes não se contam histórias “sem interesse” de partos simples e rápidos, somente histórias pitorescas, melodramáticas e perigosas. Tudo isto cria um estado de tensão no sistema muscular e no colo do útero, que por sua vez provoca aparecimento da dor. Assim se forma o ciclo vicioso  MEDO - TENSÃO - DOR , que dificulta o curso fisiológico do parto. A compreensão das distintas fases e etapas da gestação e parto facilitam o trabalho da gestante. Procuraremos sempre conduzir o parto de modo que seja o mais adequado possível. Não colocaremos impecilho à anestesia do parto, só que é mais importante o bem estar da gestante, havendo anestesia logo que possível.
Pode-se conduzir um parto sem anestesia, sem sermos medievais, no entanto, o limite de sensibilidade à dor é extremamente individual, e cuidaremos de cada gestante conforme as suas necessidades físicas e emocionais.
O círculo vicioso MEDO - TENSÃO - DOR , é combatido por um condicionamento que neutraliza o medo; é pelo relaxamento muscular que diminui a tensão, e assim a anestesia pode ser feita se necessária e tranqüilamente no momento adequado.
Portanto à gestante é primordial descondicionar a idéia de parto e dor.
 Em seguida condicionar o parto a uma idéia de prêmio e gratificação ( bebê ), e uma participação ativa no processo, onde o médico é  “ seu ajudante”.
O propósito deste ensaio é familiarizá-la com os fatos mais importantes da gestação  que discutiremos no decorrer de sua gravidez. 

 

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